18 de mar. de 2012

um toque sobre ciclistas

Existe um site, já bastante conhecido entre ciclistas e que precisa ser conhecido por você também (caso ainda não saiba). É o Vá de Bike, criado pelo cicloativista Willian Cruz. Indico, especialmente, este post: vadebike.org/2012/03/a-rua-precisa-ser-de-todos. Aqui você vai encontrar uma série de toques sobre como conseguir conviver com as bicicletas nas ruas de São Paulo, sem ver o ciclista como inimigo. 

Quem faz da bicicleta um transtorno na cidade são os(as) motoristas(as) estressados(as), apressados(as), distraídos(as), mal educados(as), embriagados(as) e aqueles que não conseguem separar e diferenciar as coisas, se descontrolando quando estão em um dia ruim e descontando em quem não tem nada a ver. 

Fazer uma ultrapassagem segura e/ou esperar alguns segundos para que o ciclista siga em frente pode até mudar positivamente o rumo de seu dia. Se insistir em querer "mostrar pro ciclista o lugar dele", talvez você mude ainda mais negativamente seu rumo e de uma forma inesquecível pra sua vida: com a morte dele.
  
Ciclista não é somente aquele jovem descolado com fones de ouvido e bike dobrável pedalando na avenida mais importante da cidade. Tampouco é somente aquele atleta, puro osso e músculo, com roupa de lycra colorida. A turma é grande: entregadores do mercado, de marmitex, da quitanda, de galões d'água. Pedreiros, seguranças, bike couriers, ciclopatrulha da PM. Executivos, vagabundos, estudantes, trabalhadores em geral. Mãe de cinco filhos, pai de filho único, gatinhos e gatinhas, balzacas e quarentões, lobas e tigrões.

Uma boa parte faz da bicicleta realmente seu meio de transporte, usando a magrela - TODO SANTO DIA - para ir ao trabalho e voltar pra casa. Outros, como eu, usam mais pontualmente, como para ir à padoca, ao supermercado, cursos, faculdade, academia, passeios em grupo, viagens.

Este site que indico mostra quais as melhores maneiras de compartilharmos a pista sem travarmos uma batalha carro X bicicleta. Isto não é para virar uma guerra. Quem estimula esta briga é um(a) equivocado(a) com percepção limitada. E alguns ciclistas são mesmo "casquinha": só sabem reclamar dos carros e estão vociferando contra o motor, eu sei. Pense no pinscher* latindo para o rottweiler. Deixe ele se manifestar, se defender, mostrar seu valor, ué.

O movimento que você vê acontecendo é de uma massa crítica que prima pelo respeito. Você tem seu carro, ok. Sugerimos que experimente a bike. Não quer? Eu, particularmente, não vou ficar te aporrinhando para comprar uma. Mas vou sugerir, SEMPRE, ao menos que experimente. Existem grupos, como o Bike Anjo e as Pedalinas, que ensinam você a pedalar nas ruas da cidade de SP: te encorajam e te orientam, profissionalmente, mas sem custo algum.  

Quando você ouve nas manifestações, "um carro a menos!", não estamos dizendo "pare já de usar seu carro!", estamos dizendo, "escolhi parar de usar meu carro, o táxi e o busão". Quando você ouve, "mais amor, menos motor", não estamos dizendo "compre uma bicicleta agora!", estamos dizendo, "minha magrela não quer competir com seu automóvel, só quer usar a pista também". 

O cicloativismo é bem mais abrangente do eu realmente posso alcançar, mas sou - definitivamente - da turma que vê a bicicleta como alternativa de meio de transporte, que pedala com humildade, quer respeito e sabe que um ciclista não morre acidentalmente.


Como pedestre, não vou dar esbarrão na  idosa*, que anda suuuuuper devagar na minha frente, só para mostrar o quanto ela está atrapalhando o fluxo dos transeuntes. Eu posso, simplesmente, me desviar dela. Pondere.

Quando tiver um tempinho, dê uma olhada depois nestas Leis que amparam o ciclista: